Um entusiasmado aluno do curso de segurança do trabalho levantou uma questão que muitos colegas me perguntam. A profissão de técnico em segurança do trabalho ainda está em alta? Qual será o futuro desse profissional? Eu vi ali uma oportunidade de colocar em pauta outros fatores tão importantes quanto aquele levantado por ele. Lá fora, nos EUA e Europa de uma forma geral, não existe formalmente a profissão de técnico em segurança do trabalho, pelo menos nos moldes praticados aqui no Brasil. Os responsáveis por gerir a saúde e segurança no âmbito ocupacional são profissionais especialistas no assunto, além das seguradoras e institutos como NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health), por exemplo. Assim como não existe o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) quase falido em nosso País. Em minha opinião os dias tanto do técnico como do INSS estão contados, pelo menos no formato que conhecemos hoje. Em um futuro não tão distante teremos um TST mais versátil, com uma autonomia maior para atuar nas empresas (não necessariamente tendo que pertencer a uma empresa apenas e tendo que trabalhar em regime CLT com carga horária de 44 horas/semanais). Cada vez mais o mercado exige do TST um profissional especializado e versátil ao mesmo tempo, com características de gestor, com formação superior que fale no mínimo uma língua estrangeira. E os salários pagos atualmente justificam essa exigência, salários que variam de R$ 1.900,00 a R$ 4.000,00. Claro, pois o TST de hoje não é apenas mais um profissional com nível técnico, ele é um administrador de empresas, advogado, educador físico, fisioterapeuta, alguns até Pós Graduados além do curso técnico profissionalizante. Se você discorda totalmente do que estou falando, basta conversar com um profissional mais antigo na área, com 15, 20 anos de profissão. Antigamente não havia tantas consultorias na área, os treinamentos (os 1000) exigidos pela legislação, eram desenvolvidos todos internamente, mesmo que o profissional não dominasse muito o assunto em pauta. Hoje o que mais vemos são consultorias e profissionais se especializando em determinados assuntos: espaço confinado, prevenção e combate a incêndio, ergonomia, trabalho em altura entre outros. Precisamos ficar atentos com relação a um pequeno detalhe, quem sabe tudo não sabe nada. É preciso muito cuidado, bom senso e critério ao sair fazendo e assinando documentos, laudos, o aluno de segurança do trabalho tem uma grade curricular extensa, com milhões de informações e assuntos diversos, tais como: legislação trabalhista, medicina ocupacional, engenharia, meio ambiente, química, estatística, ergonomia, higiene ocupacional, dentre tantas outras competências. Quando o profissional se forma ou mesmo aquele que está há algum tempo no mercado se depara com a necessidade de executar um trabalho mais técnico, age como se tudo fosse simples e sai fazendo besteiras por ai. Não é raro encontrar nas empresas que visito Análises Ergonômicas mal elaboradas, com erros técnicos terríveis, sem embasamento científico, que sequer atendem os requisitos básicos da NR 17 que trata sobre o assunto, aliás, conhecer essa norma não é suficiente para sair fazendo “laudo ergonômico” por ai. O mesmo se aplica ao PPRA/LTCAT, antes de questionarmos a respeito de quem é o profissional competente em assinar esse documento, é preciso deixar claro a importância e responsabilidade que há por trás desse ato, e que para fazê-lo além de habilitação é preciso competência técnica, para não correr o risco de ver seu trabalho sendo impugnado por um juiz. Portanto, meus caríssimos que estão prontos para iniciar no mercado de trabalho e aqueles que lá estão há algum tempo, sempre que forem fazer algum trabalho, lembrem-se do profissional pato. “O pato voa, nada e anda, mas não faz nada direito”. Boa semana e sucesso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário